sábado, 5 de junho de 2010

Ser Cinderela ou não ser?

Lembro que quando era criança, as minhas amigas ao escolherem uma personagem preferida quanto aos contos de fada, escolhiam Cinderela. Há alguns anos atrás, ao olhar um fórum no orkut, na qual as pessoas citavam qual personagem gostariam de ser, a maioria dizia "Cinderela". Mas por que Cinderela?

Se formos analisar, Cinderela é uma personagem que vive em uma casa onde ninguém gosta dela, é uma empregada doméstica ao extremo, e que sonha que um príncipe a salve desse martírio. Ela olha o castelo de longe e imagina uma vida melhor. E no decorrer da história, um príncipe, após conhecê-la, vai atrás dela, a procura em todos os cantos com um sapatinho e a salva da sua vida fadada ao trabalho escravo e sem amor.

O engraçado é que eu nunca quis ser Cinderela. Lembro que a minha personagem preferida era a Bela, da "Bela e a Fera", pois via nela alguém que gostaria de ser. De acordo com a minha percepção da história, Bela era uma moça muito estudiosa e devorava os livros da biblioteca, e apesar de ter um moço galanteador em volta dela na qual todas queriam, ela não o queria, pois não condizia com os valores dela. No decorrer da história, seu pai foi preso em um castelo por uma Fera, e ela corajosamente foi atrás dele, e se ofereceu como troca e viver até a sua morte no castelo para deixar o seu pai livre. Como a sua vida estava fadada a viver com a Fera, tentou fazer a convivência ficar o mais agradável possível, e até descobrir o carinho e o amor atrás de uma muralha de resistência e grosseria.

Bela mudou a vida da Fera, fez ele ver a vida de uma forma diferente, na qual o amor foi o norteador de suas ações. No final, Bela ficou do lado da Fera no confronto, e declarou o seu amor apesar da imagem que a Fera tinha. Como recompensa, a Fera tornou-se novamente um homem, e este não era alguém a priori perfeito, como um príncipe encantado, e sim alguém que mudou as suas atitudes e se tornou um homem melhor e feliz.

Para mim, a Bela foi "o cara"! Ela teve a ação e mudou todo o seu destino, que podia ser fadado ao fracasso. Assim como diz Sartre: "Não importa o que fizeram com você, e sim o que você fez com aquilo que fizeram de você." Faça a diferença, não fique olhando o castelo de longe... It's up to you!

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